Por Under Sesh | Rap Growing – Nos últimos anos, o rap brasileiro atingiu números históricos e ganhou visibilidade sem precedentes. Porém, essa ascensão também transformou o perfil do público, criando uma nova divisão dentro da cena.
O impacto da nova geração e o rap comercial
Um público jovem, entre 12 e 18 anos, hoje é a principal força do rap comercial no Brasil. Conectados às redes sociais, esses ouvintes consomem músicas em formatos curtos, refrões repetitivos e batidas dançantes, impulsionando trends e challenges no TikTok e no YouTube Shorts.
Muitos artistas dessa nova geração conquistam fama instantânea explorando a viralização digital, enxergando no rap uma forma de entretenimento rápido, visibilidade e até mudança de vida. Essa estética molda grande parte do cenário atual do trap brasileiro.
O público mais velho e a valorização da essência do hip hop
Já entre os ouvintes a partir dos 21 anos, a conexão com o rap é diferente. Esse público acompanhou o crescimento do gênero desde os anos 90 ou início dos 2000, e busca obras mais profundas, com letras conceituais, narrativas sociais e representatividade cultural.
Artistas como BK’, Djonga, Criolo e Emicida são referências para essa audiência, mantendo viva a essência dos quatro elementos do hip hop, abordando temas espirituais, existenciais e sociais.
Essa dicotomia gera debates intensos dentro da cultura: alguns acreditam que o rap perdeu seu propósito original; outros veem a mudança como uma evolução natural aos novos tempos. A verdade pode estar no equilíbrio entre os dois lados.
Hoje, o rap comporta múltiplas linhas, múltiplos públicos e diversas formas de expressão. A grande questão que fica é: será que essas duas linhas conseguirão coexistir em harmonia ou estamos caminhando para uma separação definitiva entre o rap como cultura e o rap como entretenimento?
O rap brasileiro nunca esteve tão forte, mas também nunca foi tão diverso. Seja no trap viral ou no boom bap lírico, o gênero continua moldando gerações e contando histórias de forma única. Cabe a cada um decidir de que lado da cultura quer estar — ou se vai transitar entre os dois.
Publicado em: 03 de agosto de 2025 | Por Under Sesh para Rap Growing
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Alee e Filipe Ret lançam videoclipe de “TUDO DE NOVO” após o sucesso de “CAOS DLX”
Projeto que chegou ao 2º lugar entre os álbuns mais ouvidos do Brasil na semana de estreia e já tem Disco de Ouro ganha novo impulso com o audiovisual dirigido por Cauã Csik.
Em poucas linhas:
Clipe de “TUDO DE NOVO” sai nesta quinta (14/8), direção de Cauã Csik.
Faixa une Alee (NADAMAL) e Filipe Ret e viralizou em posts de Maísa, Gabigol (Cruzeiro) e Yuri Alberto (Corinthians).
CAOS DLX foi o 2º álbum mais ouvido do Brasil na semana de lançamento, tem Disco de Ouro e ultrapassou 100 milhões de streams.
O encontro que virou hit
A união entre uma das principais promessas da música brasileira e um dos maiores expoentes do rap nacional rendeu mais um capítulo: “TUDO DE NOVO”, composta por Alee e Filipe Ret, ganhou clipe oficial. O audiovisual traz cenas de vivências reais dos artistas e dialoga diretamente com a letra — disposição pra correr atrás dos sonhos, fé no processo e celebração das vitórias pela arte.
“Sou muito agradecido pelo Ret ter acreditado na vibe astral da faixa e por ter somado no som”, diz Alee.
“É um artista que acredito muito e fiquei feliz demais de estar na faixa com ele. Ele é merecedor de cada passo que vem conquistando”, comenta Filipe Ret.
Impacto nas redes e nos palcos
Com mensagem positiva e refrão forte, o áudio de “TUDO DE NOVO” ficou em alta nas redes e virou trilha para publicações de nomes como Maísa, além dos atacantes Gabigol, do Cruzeiro, e Yuri Alberto, do Corinthians. O momento coroa a fase de ascensão de Alee: em 2025 ele se apresentou no Lollapalooza, fez sold out no Circo Voador em julho e agora se prepara para subir ao palco principal do The Town em setembro.
O ciclo do CAOS
CAOS DLX fecha uma trilogia iniciada com DIAS ANTES DO CAOS (fev/2024) e seguida por CAOS (set/2024). O deluxe consolidou o projeto: 2º álbum mais ouvido do Brasil na semana de lançamento, Disco de Ouro e mais de 100 milhões de streams. Em 2025, Alee ainda apareceu duas vezes no Top 50 Viral do Spotify com “Party” e “Pagão” (com Klisman), que também entrou em alta no YouTube.
Ficha técnica (resumo)
Música: “TUDO DE NOVO”
Artistas: Alee & Filipe Ret
Álbum: CAOS DLX (versão deluxe de CAOS)
Direção do clipe: Cauã Csik
Gravadora: NADAMAL
Certificação: Disco de Ouro
Streams do projeto: 100M+
Lançamento do clipe: 14/08/2025
Sonoridades no disco
Alee explora trap, R&B e afrobeat, somando feats de artistas com quem mantém afinidade criativa.
Um mestre da lírica e uma lenda do freestyle dividindo o mesmo microfone: não tinha como o resultado ser menos que marcante. No single “Manequim”, Nog e Dudu celebram a jornada de quem veio da rua rimando, enfrentou batalhas e hoje domina qualquer palco com autenticidade, carisma e, claro, muita técnica.
O encontro de dois estilos marcantes
Nog, conhecido por sua escrita afiada, rimas cheias de sagacidade e um timbre grave que impõe respeito, entrega versos que equilibram reflexão e impacto. Sua forma de contar histórias, sempre conectada à vivência, transforma cada linha em algo que o público sente na pele.
Dudu, por sua vez, carrega no currículo o título de lenda das batalhas de rima. Sua habilidade no freestyle e domínio total de métricas fazem dele um MC imprevisível e versátil. Em “Manequim”, ele une essa espontaneidade ao cuidado da escrita de estúdio, provando que sabe transitar entre improviso e gravação com maestria.
Produção moderna com essência de pista
O beat é assinado por Paiva, que construiu uma base moderna e envolvente, marcada por bateria pulsante e camadas sonoras que convidam o corpo a acompanhar o ritmo. O refrão é daqueles dignos de pista: simples, memorável e viciante — feito para grudar na mente de quem ouve.
Homenagem ao Rei do Pop
O detalhe que surpreende: “Manequim” carrega uma referência direta a Michael Jackson e sua clássica “Billie Jean”. Seja na cadência ou na atmosfera, o tributo é sutil, mas perceptível para os atentos, adicionando um toque nostálgico e sofisticado à faixa.
Do estúdio para as ruas (e vice-versa)
O lançamento reforça como Nog e Dudu, mesmo vindos de trajetórias diferentes, compartilham a mesma essência: a de artistas que entendem o valor da rua, mas também dominam o estúdio e a estética contemporânea do rap. Em “Manequim”, eles não apenas rimam — eles narram, representam e reafirmam seu espaço no jogo.
Hora de ampliar o radar: selecionamos seis nomes gringos que estão entregando som, identidade e fome de jogo. Abaixo você encontra a faixa certa para começar e uma leitura rápida do que cada artista traz de diferente para a mesa.
1) Mr. Bronco — “Prayers Up”
Por que ouvir: Flow confiante sobre um instrumental sombrio e cinematográfico. Mr. Bronco costura barras com imagens fortes, alternando punchlines e relatos de vivência sem perder o pulso do beat.
Leitura rápida: A faixa equilibra agressividade e introspecção: hook direto, versos densos e um timbre rouco que encaixa no grave. Boa escolha para playlists de treino e mood noturno.
Para fãs de: street rap, beats escuros
Ponto forte: presença vocal e escrita segura
2) germanxanny — “pilot”
Por que ouvir: Clima etéreo + drums secos. “pilot” tem aquele DNA alt-rap com melodias quebradas e refrão minimalista que gruda sem apelar.
Leitura rápida: O artista brinca com espaços e texturas: verses quase sussurrados, camadas de voz e um beat que respira. Boa pedida para quem curte estética experimental sem perder a mão do hook.
Para fãs de: alt/emo rap, bedroom aesthetics
Ponto forte: atmosfera e design de som
3) Yung Malo — “Legend”
Por que ouvir: Trap motivacional com energia de arena. “Legend” é construída para levantar plateia: refrão expansivo, adlibs certeiros e bateria que bate na frente.
Leitura rápida: Lírica direta, voltada a superação e foco. A interpretação segura dá o peso que o tema pede — fácil de imaginar em vídeos de highlight e reels de conquista.
Para fãs de: trap de vitória, stadium hooks
Ponto forte: refrão grande e mix polida
4) The Ruelz Rekka — “I Want Mine”
Por que ouvir: Rap de cobrança, linha reta, sem rodeio. Beat com swing de costa leste e linhas percussivas que empurram a narrativa para frente.
Leitura rápida: Versos bem amarrados e delivery firme criam um senso de urgência: é sobre reivindicar espaço e respeito. Produção seca favorece a inteligibilidade das barras.
Para fãs de: boom-trap, east coast grit
Ponto forte: cadência e assertividade
5) LordCassiusJay — “The Plunge”
Por que ouvir: Trap introspectivo com toque cinematográfico. “The Plunge” mergulha em temas de risco e evolução pessoal, com linhas melódicas que conversam com o subgrave.
Leitura rápida: Flow controlado, troca de alturas na voz e um refrão que cresce na segunda metade. Musicalidade acima da média e um senso de direção artística claro.
Para fãs de: Travis-school, storytelling emotivo
Ponto forte: construção de clímax e ambiência
6) M.A.M. — “Boomerang”
Por que ouvir: Groove imediato e hook “chiclete”. “Boomerang” usa metáforas simples e eficientes para falar de ciclos e recaídas, com um bounce que pede replay.
Leitura rápida: Lines espertas, timbres nítidos e um arranjo enxuto que valoriza o refrão. É aquele som certo para playlists de mood leve e sessões de carro.
Para fãs de: melodic trap, daytime vibes
Ponto forte: refrão memorável e bounce
Como ouvimos: priorizamos composição, presença vocal, desenho de som e replay value. Achou um nome que faltou? Manda pra gente que a próxima curadoria pode trazer sua descoberta.
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