Do Catete para o mundo: o poeta urbano comemora a data em plena fase criativa, com novo álbum e turnê especial.
Por Rap Growing | 19 de junho de 2025
Nascido 19 de junho de 1985, Filipe Cavaleiro de Macedo da Silva Faria — ou simplesmente Filipe Ret — alcança a marca dos 40 anos em um momento emblemático. Com um catálogo que atravessa gerações e números que o colocam entre os rappers mais ouvidos do país, Ret celebra as conquistas pessoais e profissionais enquanto projeta o futuro de sua arte.
Da Batalha da Lapa às principais playlists do Brasil
2003 — Primeiras rimas nas batalhas da Lapa, no Rio de Janeiro.
2009 — Álbum de estreia Numa Margem Distante abre caminho para a discografia autoral.
2012 —Vivaz viraliza com “Neurótico de Guerra” e consolida o nome do artista no rap nacional.
2015 —Revel eleva o patamar de vendas, ainda operando de forma independente pela Tudubom Records.
2018 —Audaz encerra a trilogia filosófica iniciada em Vivaz.
2022 — Com LUME, Ret abraça influências de trap e R&B e ultrapassa 500 milhões de streams.
2023 — Lançamento do projeto FRXV (Ao Vivo), turnê comemorativa de 15 anos de estrada.
2024 — Chega NUME, disco autoral que dialoga com espiritualidade e poesia de rua.
2025 — Novo álbum Diamantes, Lágrimas e Rostos para Esquecer expande sonoridades, explorando samba, trap e R&B
Conquistas que marcaram gerações
Ao longo dessas duas décadas, Ret não só quebrou recordes de streaming — ultrapassando a marca de 2 bilhões de reproduções somadas nas plataformas — como também levou a poesia de rua para palcos de festivais gigantes, incluindo o Lollapalooza Brasil e o Rock In Rio.1
Apresentação histórica no Lollapalooza Brasil, 2023.
O carioca também se destacou como empreendedor, tocando a Tudubom Records — selo responsável por revelar talentos da cena — e coleções de moda urbana que dialogam com a estética das ruas.
Voz ativa além do palco
Em meio ao sucesso, Filipe Ret mantém iniciativas sociais voltadas a jovens periféricos. Em 2024, o artista lançou o projeto “Versos que Transformam”, que oferece oficinas de escrita criativa em comunidades do Rio de Janeiro.
“A arte me salvou. A missão agora é devolver essa oportunidade.” — Filipe Ret, entrevista à Rolling Stone Brasil, set/2024
O que vem pela frente
Para celebrar a nova década de vida, Ret anunciou a turnê “Ret 40”, que percorrerá 12 capitais brasileiras a partir de agosto. O setlist promete misturar clássicos como “Neurótico de Guerra” e “Chefe do Crime Perfeito” com faixas inéditas do novo disco.
Além disso, há rumores de uma colaboração internacional com o rapper português ProfJam ainda este ano.2
Feliz aniversário, Ret!
Quarenta anos de vida e vinte de microfone na mão. Que venham mais páginas dessa história que inspira e provoca. A Rap Growing segue de olho — e na torcida — pelos próximos capítulos.
Fontes: 1. O Globo — “Filipe Ret vai das batalhas de rima ao sucesso nos grandes festivais” (11/02/2023) ([oglobo.globo.com](https://oglobo.globo.com/rio/bairros/zona-sul/noticia/2023/02/filipe-ret-rapper-vai-das-batalhas-de-rima-ao-sucesso-nos-grandes-festivais.ghtml?utm_source=chatgpt.com)). 2. Rolling Stone Brasil — “Ret fala sobre nova fase e parcerias” (11/09/2024) ([rollingstone.com.br](https://rollingstone.com.br/musica/filipe-ret-entrevista/?utm_source=chatgpt.com)). 3. Spotify for Artists, dados de streaming acessados em 19/06/2025.
O programa que levou rap, grafite, skate e atitude das ruas para milhões de lares brasileiros.
13 de agosto de 2025 • Por Rap Growing
Antes das redes: a força de um formato
Inspirado no programa norte-americano lançado em 1988, o Yo! MTV Raps Brasil trouxe para a TV daqui uma curadoria de clipes, entrevistas, matérias e improvisos que apresentavam não só a música, mas o ecossistema do hip hop: DJs, MCs, breaking, grafite e moda. Em uma época pré-streaming, a TV aberta e a MTV eram o atalho para a cultura urbana entrar em casa de milhões.
Impacto imediato: palco e espelho
O programa abriu espaço para artistas que ainda engatinhavam no mainstream. De Racionais MC’s a figuras da cena underground, muita gente se viu — e foi vista — pela primeira vez fora do palco. Ver MCs nacionais dividirem grade com lendas internacionais validou esteticamente a nossa cena e acelerou o processo de profissionalização.
Visibilidade: clipes em alta rotação e entrevistas que humanizavam os artistas.
Educação cultural: pautas sobre técnica de DJ, história do grafite e códigos do breaking.
Estética: moda de rua, gírias e visual que atravessaram a tela e viraram tendência.
Representatividade e linguagem
Para além do entretenimento, a atração levou narrativas negras e periféricas para a TV com protagonismo. A linguagem era direta, a estética era da rua e a pauta trazia contradições — violência policial, racismo, economia da quebrada — sem perder o humor e a criatividade que sempre marcaram o hip hop.
“Era como se a quebrada tivesse conseguido um canal pra falar com o Brasil inteiro.” — depoimento-síntese que atravessa gerações
Legado que segue vivo
Mesmo fora do ar, o efeito multiplicador do Yo! MTV Raps Brasil segue. Muitos artistas que hoje lotam arenas e dominam playlists foram apresentados ao grande público graças à vitrine do programa. A ideia de conteúdo curado — música, bastidores, opinião, estilo — se espalhou por projetos de TV e, depois, pelos canais do YouTube, lives e podcasts.
O que o programa nos ensinou (e ainda vale):
Contexto importa tanto quanto o lançamento.
Curadoria com voz editorial cria comunidade.
Hip hop é cultura: vai muito além da faixa do dia.
Da tela da MTV ao feed: a ponte com 2025
Se ontem a ponte era a MTV, hoje são as redes. Mas a lógica é parecida: quem oferece curadoria + contexto + estética ganha relevância e vira referência. É o que a Rap Growing faz no digital: organizar a conversa, dar palco para vozes novas e lembrar de onde a gente veio.
Contagem regressiva: faltam 2 semanas para o Drop Festival!
O rap e o trap tomam conta da Vila Germânica, em Blumenau, no dia 22 de agosto de 2025. Faltam só duas semanas para o Drop Festival explodir com peso, vibe e talento.
Line-up de responsa
Matuê — um dos nomes mais fortes do trap nacional, lidera a noite com sua presença imponente e repertório potente; :contentReference[oaicite:1]{index=1}
Batalha de breaking — representatividade, técnica e disputa acirrada;
Batalha de rimas — o improviso e a arte da palavra em confronto;
Muito mais rap e funk — a mistura que define a cultura urbana em cena;
Detalhes que importam
Quando? Sexta-feira, 22 de agosto — abertura dos portões às 21h. Onde? Parque Vila Germânica, Setor 3 — Blumenau/SC; :contentReference[oaicite:3]{index=3}
Por que você não pode perder
Em apenas duas semanas, Blumenau vira epicentro do rap nacional. Com Matuê no palco, competições que exaltam habilidade e cultura urbana pulsando, o Drop Festival oferece uma experiência completa: som, dança, comunidade, identidade.
Drop Festival — rap real, energia viva, Blumenau em ebulição.
Por muito tempo, o rap brasileiro e mundial vendeu a imagem de perfeição: artistas sempre no auge, clipes impecáveis, roupas caras, cenários luxuosos e nenhuma falha aparente. Mas, nos últimos anos, um movimento contrário vem ganhando força — e a imperfeição virou tendência.
Do glamour ao real
Se antes a estética era mostrar um estilo de vida inalcançável, hoje cada vez mais MCs estão abrindo espaço para a vulnerabilidade, o improviso e o lado humano da carreira. Essa mudança não é por acaso: o público está mais atento, conectado e deseja verdade acima de qualquer produção cinematográfica.
Filipe Ret e o poder dos bastidores
Um exemplo claro é Filipe Ret, que vem usando vlogs, bastidores e conteúdos mais crus para se aproximar dos fãs. Ele mostra ensaios, erros, conversas informais e até momentos pessoais sem filtro, quebrando a barreira da “intocabilidade” que antes cercava grandes nomes do rap.
Ao expor não apenas os acertos, mas também os tropeços, Ret reforça a autenticidade — algo que, no rap, vale mais que qualquer joia no pescoço.
Outros artistas seguindo a linha
Essa postura não é exclusiva de Ret. Artistas como L7nnon, Orochi, Veigh e até nomes internacionais como J. Cole e Central Cee vêm adotando estratégias semelhantes, mostrando o processo de criação, a vida fora dos palcos e até opiniões polêmicas sem medo da repercussão.
Por que funciona?
Cria conexão real – O fã se identifica ao ver que o artista também erra, ri de si mesmo e enfrenta dificuldades.
Quebra o padrão de perfeição artificial – Em tempos de redes sociais editadas, a sinceridade se destaca.
Fortalece a marca pessoal – A autenticidade se torna um diferencial no mercado saturado.
O futuro do rap é imperfeito
No fim, essa nova estética mostra que o rap continua evoluindo e absorvendo as mudanças culturais. O luxo e a ostentação ainda têm seu espaço, mas agora dividem palco com o que é real, cru e sem filtro.
A imperfeição está na moda — e, pelo jeito, veio para ficar.