Por muito tempo, o rap brasileiro e mundial vendeu a imagem de perfeição: artistas sempre no auge, clipes impecáveis, roupas caras, cenários luxuosos e nenhuma falha aparente. Mas, nos últimos anos, um movimento contrário vem ganhando força — e a imperfeição virou tendência.
Do glamour ao real
Se antes a estética era mostrar um estilo de vida inalcançável, hoje cada vez mais MCs estão abrindo espaço para a vulnerabilidade, o improviso e o lado humano da carreira. Essa mudança não é por acaso: o público está mais atento, conectado e deseja verdade acima de qualquer produção cinematográfica.
Filipe Ret e o poder dos bastidores
Um exemplo claro é Filipe Ret, que vem usando vlogs, bastidores e conteúdos mais crus para se aproximar dos fãs. Ele mostra ensaios, erros, conversas informais e até momentos pessoais sem filtro, quebrando a barreira da “intocabilidade” que antes cercava grandes nomes do rap.
Ao expor não apenas os acertos, mas também os tropeços, Ret reforça a autenticidade — algo que, no rap, vale mais que qualquer joia no pescoço.
Outros artistas seguindo a linha
Essa postura não é exclusiva de Ret. Artistas como L7nnon, Orochi, Veigh e até nomes internacionais como J. Cole e Central Cee vêm adotando estratégias semelhantes, mostrando o processo de criação, a vida fora dos palcos e até opiniões polêmicas sem medo da repercussão.
Por que funciona?
Cria conexão real – O fã se identifica ao ver que o artista também erra, ri de si mesmo e enfrenta dificuldades.
Quebra o padrão de perfeição artificial – Em tempos de redes sociais editadas, a sinceridade se destaca.
Fortalece a marca pessoal – A autenticidade se torna um diferencial no mercado saturado.
O futuro do rap é imperfeito
No fim, essa nova estética mostra que o rap continua evoluindo e absorvendo as mudanças culturais. O luxo e a ostentação ainda têm seu espaço, mas agora dividem palco com o que é real, cru e sem filtro.
A imperfeição está na moda — e, pelo jeito, veio para ficar.