Nos anos 80 e 90, enquanto o rap deixava de ser underground para ocupar rádio, TV e passarelas, um nome de impacto equivalente dominava o boxe e atravessava a cultura: Mike Tyson. Filho do Brooklyn, lapidado por Cus D’Amato, Tyson virou o campeão dos pesados mais jovem da história aos 20 anos — e se transformou em símbolo de ascensão, poder e vulnerabilidade.
Ascensão relâmpago
Entre 1985 e 1988, Tyson emendou 37 vitórias (33 por nocaute). A estética era minimalista e agressiva: cabeça baixa na entrada, sem música, calção preto, botas sem meia. O show era o soco.
Quando o ringue vira rua
Barbearias paravam nas noites de luta; Punch-Out!! virou febre; camisetas, correntes grossas e tatuagens ecoavam seu visual. Tyson também virou referência lírica: citado por Tupac, Nas, LL Cool J e, décadas depois, por artistas do trap e do drill.
Queda, reinvenção e espelho da periferia
O auge cedeu espaço a prisões, derrotas e excesso. Mas o mito permaneceu. Nos anos 2000, Tyson se reinventou como empresário, ator e catalisador de conversas sobre saúde mental e escolhas. Para as quebradas, sua história sintetiza ambição, risco e recomeço.
Legado
Mais do que cinturões, Tyson entregou um arquétipo: a força bruta que vira linguagem estética, moda e música. Um lembrete de que a grandeza é tão sobre vitórias quanto sobre como se volta das quedas.
23 de novembro de 2019, Estádio Monumental, Lima. Primeira final de Libertadores em jogo único. De um lado, o River Plate copeiro de Marcelo Gallardo, campeão no ano anterior. Do outro, o Flamengo de Jorge Jesus, máquina no Brasileirão, tentando encerrar um jejum continental de 38 anos. O roteiro parecia decidido aos 14′ — e foi rasgado aos 43′ e 46′ do segundo tempo.
Contexto: a final que mudou de sede e de lógica
Originalmente marcada para Santiago, a decisão foi transferida para Lima por questões de segurança no Chile. A Conmebol estreava o formato de jogo único, elevando a tensão de cada detalhe. River chegou carregando a aura de time de mata-mata. O Flamengo, em estado de graça, buscava transformar encantamento em taça.
Os times e as ideias
Flamengo (Jorge Jesus): bloco alto, saída curta com laterais-cérebro (Rafinha/Filipe Luís), dupla Arão + Gerson para construir por dentro e tridente criativo Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique municiando Gabigol.
River Plate (Marcelo Gallardo): pressão coordenada no meio para cortar linhas de passe, Enzo Pérez como guarda-costas de tudo, amplitude pelos lados e agressividade no pós-perda. A ideia era desafinar o toque do Flamengo e acelerar a transição.
Cronologia de um drama
14′ 1ºT — 0x1 River: após recuperação no meio, bola rápida encontra Rafael Borré dentro da área. Finalização seca. Jogo fica na mão argentina: ritmo cortado, faltas táticas, relógio como aliado.
Intervalo: Flamengo volta com mais volume, empurra o River para perto da própria área. Diego entra na etapa final e dá tempo à posse rubro-negra (giros, inversões, paciência).
43′ 2ºT — 1×1: troca rápida pela direita, infiltração de Arrascaeta e o toque de Gabigol na pequena área. Lima explode. O favorito volta à mesa.
46′ 2ºT — 2×1: lançamento longo, erro na saída argentina, Gabigol domina e fuzila. Virada em três minutos. Catarse. Nos acréscimos, o 9 é expulso, mas já está escrito.
Leitura tática (por que virou?)
Resiliência psicológica: o Flamengo não se desorganizou com o 0–1. Manteve a bola e aumentou o cerco por fora, atraindo o River para dentro.
Meio-campo em camadas: com Diego, o time passou a respirar entre linhas, encontrando Everton e Arrascaeta por dentro e liberando Bruno Henrique para atacar profundidade.
River cansou de defender bem: a excelência de Gallardo é pressionar e transitar; ao recuar cedo demais, perdeu a válvula de escape e cedeu o erro fatal no fim.
Consequências imediatas
Dobradinha histórica: no dia seguinte, com tropeço do adversário direto, o Flamengo confirmou também o Brasileirão. América + Brasil no mesmo fim de semana.
Gabigol em bronze: dois gols em final única eternizam o 9 no panteão rubro-negro.
Gallardo segue gigante: perde a taça, mantém a lenda de time competitivo em qualquer cenário.
Legado cultural
“Lima 2019” virou sinônimo de virada impossível. Os 180 segundos finais são repetidos como mantra em arquibancada, barbearia e grupo de família. Para o torcedor, é o capítulo que conecta 1981 a uma geração inteira que só ouvira falar de Zico e cia. Para a Libertadores, foi a prova de conceito do jogo único: espetáculo, tensão e narrativa global.
Final únicaVirada históricaJorge JesusMarcelo GallardoGabigol
Skatista anuncia leilão do shape original utilizado no lendário X Games de 1999. Expectativa é de que peça alcance até 700 mil dólares.
O ícone do skate mundial Tony Hawk anunciou que vai leiloar o skate original que usou para realizar, pela primeira vez na história em competição, a manobra 900 — dois giros e meio no ar — durante os X Games de 1999. O feito é um dos momentos mais emblemáticos da cultura skate, e até hoje é lembrado como um divisor de águas para o esporte.
Leilão histórico
O shape da marca Birdhouse, modelo “Falcon 2”, com trucks Fury e rodas originais, faz parte da coleção The 900 Collection, que será leiloada no dia 23 de setembro de 2025, em Los Angeles, pela Julien’s Auctions. A expectativa é que o deck alcance um valor entre US$ 500.000 e US$ 700.000.
Além do shape, o leilão também incluirá outros itens usados por Hawk no evento: capacete, tênis, joelheiras, rodas sobressalentes, camiseta e até a credencial oficial dos X Games.
“Foi o melhor dia da minha vida. O 900 foi uma obsessão por anos, e aquele momento me deu paz. Guardei tudo daquele dia como relíquia. Agora, chegou a hora de isso inspirar outros.” — Tony Hawk
Destino nobre: pistas de skate para comunidades
Parte da renda arrecadada será destinada à The Skatepark Project, antiga Tony Hawk Foundation, que desde 2002 constrói pistas de skate em regiões carentes dos Estados Unidos e já investiu mais de US$ 13 milhões em infraestrutura urbana e inclusão social.
“O skate mudou minha vida. E eu quero garantir que outras crianças também tenham essa chance”, afirmou Hawk.
O impacto do 900
A manobra de 900 graus executada por Hawk nos X Games de 1999 foi muito mais do que técnica — foi um marco cultural. Ao acertar o giro completo após 10 tentativas, Hawk não apenas fez história, como também ajudou a popularizar o skate no mainstream. Dias depois, ele já era capa de revistas, presença constante na TV e protagonista da franquia de games Tony Hawk’s Pro Skater, que se tornaria um fenômeno global.
Skate como arte, relíquia como símbolo
O leilão transforma o skate de 1999 em uma obra de arte colecionável. Especialistas consideram essa prancha uma das relíquias esportivas mais valiosas da cultura urbana mundial.
Em um momento em que o skate faz parte oficialmente dos Jogos Olímpicos e ganha ainda mais espaço nas periferias, essa ação de Hawk ajuda a conectar as origens do corre com o futuro da cena.
Resumo
O que será leiloado: Skate usado por Tony Hawk no primeiro 900 da história
Data: 23 de setembro de 2025
Local: Julien’s Auctions, Los Angeles
Valor estimado: US$ 500.000 a US$ 700.000
Parte da renda: The Skatepark Project
Se o skate é cultura, esse shape é patrimônio histórico.
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Em uma final eletrizante neste sábado, a Seleção Brasileira Feminina garantiu seu nono título em dez edições da Copa América Feminina, superando a Colômbia nos pênaltis após um empate emocionante de 4 a 4 no tempo normal e prorrogação.
⚽ A partida do título
A Colômbia abriu o placar com Linda Caicedo, mas o Brasil reagiu com gol de Angelina antes do intervalo. Na segunda etapa, um gol contra de Tarciane colocou novamente as colombianas em vantagem, mas Amanda Gutierres igualou para o Brasil. Mayra Ramírez recolocou a Colômbia na frente aos 88 minutos, mas Marta — aos 39 anos — marcou um golaço nos acréscimos, levando a decisão para a prorrogação.
Durante a prorrogação, Marta voltou a balançar as redes, mas Leicy Santos empatou em cobrança de falta. Com o 4 a 4 persistindo, a decisão foi para os pênaltis.
🧤 Heroína da final
A goleira Lorena brilhou na disputa de pênaltis, defendendo a cobrança de Jorelyn Carabalí e garantindo a vitória brasileira por 5 a 4. Marta foi eleita a melhor jogadora do torneio, com dois gols na final, enquanto Amanda Gutierres terminou como artilheira da competição.
🎯 Significado e legado
Este foi o primeiro título da técnica Arthur Elias à frente da Seleção Feminina. Com a conquista, o Brasil reafirma seu domínio absoluto no futebol feminino sul-americano, acumulando agora 9 títulos em 10 edições, sendo a maior campeã da Copa América Feminina. O título também garantiu ao Brasil e à Colômbia a classificação para os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028.
🌟 Destaques colaterais
Jogadoras brasileiras como Gio Garbelini, Luany Rosa, Yasmim Ribeiro e Antonia Silva, que atuam em grandes clubes espanhóis, tiveram papel fundamental na conquista. Do lado colombiano, Linda Caicedo e Mayra Ramírez mostraram por que são consideradas estrelas em ascensão no cenário mundial.
📌 Resumo da final
Fase
Resultado
Tempo normal
Colômbia 4 × 4 Brasil
Prorrogação
Empate mantido (4 a 4)
Pênaltis
Brasil venceu por 5 a 4
Título
9ª conquista do Brasil
Classificação
Brasil e Colômbia garantidas nos Jogos Olímpicos 2028
🧠 Considerações finais
A final da Copa América Feminina 2025 ficará marcada como uma das mais emocionantes da história do futebol sul-americano. A experiência de Marta, a segurança de Lorena e a eficiência de Amanda Gutierres consolidaram o Brasil no topo novamente, enquanto a Colômbia mostrou força para se manter como grande rival nos próximos anos.