Nos anos 80 e 90, enquanto o rap deixava de ser underground para ocupar rádio, TV e passarelas, um nome de impacto equivalente dominava o boxe e atravessava a cultura: Mike Tyson. Filho do Brooklyn, lapidado por Cus D’Amato, Tyson virou o campeão dos pesados mais jovem da história aos 20 anos — e se transformou em símbolo de ascensão, poder e vulnerabilidade.
Ascensão relâmpago
Entre 1985 e 1988, Tyson emendou 37 vitórias (33 por nocaute). A estética era minimalista e agressiva: cabeça baixa na entrada, sem música, calção preto, botas sem meia. O show era o soco.
Quando o ringue vira rua
Barbearias paravam nas noites de luta; Punch-Out!! virou febre; camisetas, correntes grossas e tatuagens ecoavam seu visual. Tyson também virou referência lírica: citado por Tupac, Nas, LL Cool J e, décadas depois, por artistas do trap e do drill.
Queda, reinvenção e espelho da periferia
O auge cedeu espaço a prisões, derrotas e excesso. Mas o mito permaneceu. Nos anos 2000, Tyson se reinventou como empresário, ator e catalisador de conversas sobre saúde mental e escolhas. Para as quebradas, sua história sintetiza ambição, risco e recomeço.
Legado
Mais do que cinturões, Tyson entregou um arquétipo: a força bruta que vira linguagem estética, moda e música. Um lembrete de que a grandeza é tão sobre vitórias quanto sobre como se volta das quedas.