11 de outubro de 2025 • Quadra Philippe-Chatrier, Paris
Do saibro ao skate, Paris assiste a um revezamento de símbolos. O palco continua sagrado — só muda o ritual.
Roland-Garros muda de idioma por uma noite
A Quadra Philippe-Chatrier troca silêncios de saque por aplausos a cada manobra. O contraste é o convite perfeito para quem ama história e quer assistir a uma virada ao vivo.
O templo do tênis vai testar uma nova liturgia. A pergunta é simples: o prestígio aguenta o salto?
Memória brasileira, trilha sonora nova
A mesma arquibancada que viu Guga desenhar corações recebe grinds e flips. A memória afetiva brasileira encontra um palco familiar, só que com outra trilha sonora. É a ponte que transforma curiosidade em presença.
Se o endereço é o mesmo, o ritual pode mudar sem perder significado?
Uma década que explica o agora
Rayssa Leal chega como ícone de alto desempenho e linguagem pop. Letícia Bufoni e Kelvin Hoefler lembram que não houve sorte, houve década. A continuidade explica por que o Brasil não é coadjuvante.
Quando a história tem começo, meio e agora, o público compra o enredo.
Casa francesa, audiência global
Aurélien Giraud compete em casa e ativa a torcida francesa. Nyjah Huston mantém o sarrafo técnico no limite e amplia a audiência global. O equilíbrio entre pertencimento local e atração internacional segura a atenção.
É nessa combinação que eventos saem do nicho e viram conversa.
Códigos diferentes, mesmo chão
O tênis consagrou o silêncio como respeito; o skate celebra a vibração a cada tentativa. São códigos diferentes compartilhando o mesmo espaço. Essa fricção cria cenas que a TV e o feed entendem imediatamente.
A tensão cultural não é ruído: é a história se movendo.
A cidade que aprende novas liturgias
Paris transformou esporte em experiência urbana recente. Receber a SLS em um templo clássico reforça a vocação de misturar tradição e reinvenção. A arquitetura entra no espetáculo e muda nossa leitura do evento.
Quando o cenário é icônico, a novidade ganha escala.
Formato nativo de plataforma
Clipes curtos, manobras decisivas e reações instantâneas. O formato da SLS conversa com a lógica das plataformas, sem manual. Isso amplia o alcance para quem nunca viu uma final de skate inteira.
Se é fácil de compartilhar, vira cultura mais rápido.
Quando o templo abre as portas
Roland-Garros empresta credencial histórica a uma linguagem nascida da rua. Não é domesticação; é reconhecimento do mérito. Templos não perdem status quando abrem portas, ganham relevância para novas gerações.
Prestígio que não circula, envelhece.
Do coração de Guga ao sorriso de Rayssa
Há uma linha afetiva que o público brasileiro entende de primeira. Isso reduz barreiras de adesão e cria senso de continuidade. A emoção vira argumento de audiência.
Quando a memória ajuda, a novidade entra pela porta da frente.
Tradição ou reinvenção?
Do saibro ao skate, Paris testemunha um revezamento de símbolos. O palco continua sagrado, só muda o ritual. Se os templos do esporte aprendem novas liturgias, quem decide o próximo capítulo é a arquibancada.
Mineirinho desce a rampa mais alta já construída em Porto Alegre, atinge mais de 100 km/h e reafirma seu nome como lenda viva do skate.
Um feito histórico
Sandro Dias, o eterno Mineirinho, escreveu mais um capítulo épico de sua trajetória ao quebrar dois recordes do Guinness World Records™ no Red Bull Building Drop, em Porto Alegre (RS). O skatista despencou da fachada de 22 andares do Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), em uma rampa temporária que ficou marcada como a “rampa de skate definitiva”.
Do alto de 70 metros, Sandro atingiu uma impressionante velocidade de 103,8 km/h em um trajeto de apenas 8 segundos, consolidando as marcas de “queda mais alta em um quarter pipe temporário” e “velocidade mais rápida em um quarter pipe temporário”.
A megaestrutura em Porto Alegre
A fachada de 88,91 m do CAFF foi coberta por uma estrutura de madeira compensada que transformou o prédio em um parque de skate vertical. A descida começou a 55 metros do chão e seguiu em inclinação quase vertical até a plataforma máxima, de 70 m. A adaptação rendeu uma pista temporária sem precedentes no Brasil e no mundo.
Durante quatro tentativas bem-sucedidas, Sandro demonstrou total controle sobre o skate, descendo em linha reta por uma parede praticamente perpendicular ao solo. A última descida, partindo do ponto mais alto, não havia sido testada nos treinos e exigiu máxima resistência física e mental do atleta.
Mineirinho aos 50: superação e legado
Aos 50 anos, Sandro Dias continua provando que idade não é obstáculo para desafiar limites. Com uma carreira recheada de títulos e manobras históricas, o skatista mostra que segue motivado a ir além do possível. Sua atuação em Porto Alegre reforça a imagem de um atleta que não só domina a técnica, mas também inspira gerações.
“Esse projeto estava sendo planejado havia 13 anos. Não importa o quão distantes seus sonhos possam parecer, nunca desista deles!”— Sandro Dias, emocionado após a conquista
“Quero que essa façanha seja um lembrete de que perseverança e dedicação transformam o impossível em realidade.”— Sandro Dias
O impacto do Red Bull Building Drop
Mais do que um desafio pessoal, o evento elevou o patamar da cena do skate, mostrando como arquitetura e esporte podem se unir para criar momentos inesquecíveis. Para os skatistas locais, a rampa foi apelidada de “definitiva”, e o feito de Mineirinho já entra para os anais da modalidade como um marco global.
Categoria: Esportes • Tags: Sandro Dias, Mineirinho, Guinness World Records, Porto Alegre, skate
A luta terminou com a desclassificação de Wanderlei por cabeçadas. Minutos depois, uma confusão tomou o ringue: Rafael Freitas, filho de Popó, nocauteou Wanderlei no tumulto; Werdum e André Dida trocaram golpes com um grupo numeroso. Acusações cruzadas dominam o dia seguinte — e a cervejaria Spaten, que batiza o evento, vira alvo de críticas.
A luta: vitória de Popó por desclassificação
O duelo de exibição entre Acelino “Popó” Freitas e Wanderlei Silva terminou no quarto round com a desclassificação de Wanderlei por reiteradas cabeçadas no clinch, segundo o Conselho Nacional de Boxe e a cobertura jornalística do evento.
Do apito final ao caos: provocações, invasão e nocaute no ringue
Logo após o encerramento, relatos apontam que provocações partiram de integrantes das esquinas, acendendo os ânimos e levando à invasão do ringue por membros das duas equipes. No meio do tumulto, Rafael Freitas — filho de Popó — acertou golpes em Wanderlei, que caiu desacordado e sofreu lesões faciais (nariz fraturado e cortes).
Wanderlei classificou o ataque como “covarde” e disse que pretende tomar medidas legais; seu advogado chegou a falar em hipótese de “tentativa de homicídio” nos autos. Rafael, por sua vez, afirmou que “defendeu a família” e apagou suas redes sociais pouco depois.
Werdum e Dida no olho do furacão
Imagens de TV e relatos da imprensa mostram Fabrício Werdum e o treinador André Dida trocando golpes com um grupo numeroso durante a confusão, em clara desproporção de pessoas no ringue. Werdum apontou o “momento exato” em que, segundo ele, a briga começou e sugeriu que Popó estaria evitando lutar com Dida — provocação que escalou o pós-evento.
Estado de saúde de Wanderlei
Após o nocaute no tumulto, Wanderlei foi hospitalizado, recebeu pontos e relatou forte dor de cabeça e dificuldade para abrir o olho lesionado. No dia seguinte, afirmou que a “memória está voltando” e que faria novos exames.
Quem começou? Versões em choque
Equipe Popó: alega que a confusão estourou por investidas do lado de Wanderlei e cita a presença do filho de Wanderlei, Thor, e de Werdum no tumulto. Popó publicou mea-culpa parcial e pediu desculpas pelo “espetáculo”, mas culpou rivais pela escalada.
Equipe Wanderlei: afirma que provocações partiram do corner de Popó e que Wanderlei e seus aliados agiram para proteger familiares. Wanderlei diz ter sido “agredido por trás” por Rafael Freitas.
Impacto na reputação da Spaten
A Spaten, cervejaria que dá nome ao evento, divulgou nota reprovando o ocorrido. Além do posicionamento oficial, análises de social listening registraram centenas de menções negativas à marca no X/Twitter após a pancadaria, indicando desgaste reputacional imediato — ainda que a proporção de críticas tenha sido maior a Wanderlei.
Opinião Rap Growing: essa moda de botar atleta aposentado de outra modalidade e influencer pra subir no ringue é palhaçada. Deturpa o esporte, coloca segurança em risco e transforma o que deveria ser competição em espetáculo de bagunça. Promotores e marcas até ganham buzz de curto prazo, mas queimam a credibilidade do boxe, dos árbitros e das comissões — além de incentivar provocação vazia, descontrole pós-luta e cenas que ninguém quer ver. Se é pra fazer evento, que seja com casamento técnico de verdade, preparação séria, protocolos rígidos e respeito à história do esporte. O resto é click e caos.
Análise: lições (amargas) para os promotores
O episódio expõe gaps graves de segurança (acesso ao ringue, gestão de corners e familiares) e de protocolo disciplinar em eventos híbridos (boxe x MMA) com alto teor emocional. Em termos de marca, a associação title sponsor com cenas de violência fora da regra gera riscos reputacionais que vão muito além do noticiário esportivo; sem respostas rápidas (investigação independente, sanções, reforço de segurança), o brand lift dá lugar ao brand damage.
Categoria: Esporte • Tags: Popó, Wanderlei Silva, Spaten Fight Night, Fabrício Werdum, André Dida, Rafael Freitas, briga, reputação de marca
Fontes: ESPN Brasil; CNN Brasil; MMAFighting; MMA Mania; IstoÉ Dinheiro; InfoMoney; vídeos de transmissão e redes sociais.
Data: 2 de setembro de 2025 • Local: Cloudbreak, Fiji
O Brasil segue soberano nas ondas. Yago Dora carimbou seu primeiro título mundial na WSL ao vencer a final em Cloudbreak contra Griffin Colapinto por 15,66 a 12,33, coroando uma temporada de alto nível em que entrou nas Finais como nº 1 do ranking depois de duas vitórias no ano. No formato Final Five, o líder precisa de uma vitória na Title Match — e Yago foi letal.
Quem caiu pelo caminho e o caminho até o topo
Yago enfrentou Colapinto na decisão; antes da final, o americano eliminou Ítalo Ferreira e Jordy Smith nos confrontos do bracket. A vitória brasileira veio com frieza nas escolhas de onda e execution de manobras com risco alto, selada pela maior nota da bateria (8,33).
Quantas etapas Yago ganhou em 2025
Foram duas vitórias na temporada regular, determinantes para chegar às Finais como cabeça de chave: Portugal (Peniche) e Trestles (Califórnia).
Bolada de premiação
Somando o ano todo, Yago faturou cerca de US$ 560 mil em prêmios (mais de R$ 3 milhões), sendo US$ 200 mil apenas pelo título mundial nas Finais de Fiji.
As aspas do campeão
“Meu pai foi o meu mentor no surfe desde o início… dedico isso a ele também.”
“Estou muito feliz de colocar o meu nome nessa galeria… um ano inteiro de trabalho definido nos últimos 35 minutos.”
“Dedico esse título a todos os fãs… a gente sente essa energia e se alimenta disso.”
Style que pesa no legado
Cloudbreak é um reef break de esquerda que cobra leitura fina, transição rápida de borda e coragem em seção pesada. Yago traduziu tudo isso em linha limpa + potência + progressivo — blend raro que os jurados valorizam quando há commitment e risco. O 8,33 saiu nessa cartilha: drive no trilho, timing de manobra e controle pós-rasgada, com visão madura de prioridade.
Por que isso importa pro Brasil
Hegemonia mantida: desde 2014, o Brasil domina o título masculino da WSL (exceções: John John Florence em 2016, 2017 e 2024). Yago amplia a era brasileira.
Quinto campeão do país: entra na linhagem de Medina, Mineirinho, Ítalo e Filipe Toledo, empilhando mais história na prateleira.
Temporada de afirmação: líder do ranking, duas vitórias-chave (Peniche e Trestles) e título nas Finais — roteiro de campeão.
Crédito das informações e resultados: Reuters, ge.globo, Terra, AS, Surfer/Stab/Wiki (eventos), WSL.