No episódio mais recente do Ponto 30 Podcast, apresentado por Funkero, o produtor Long Beatz soltou o verbo sobre sua caminhada no rap, a realidade dos bastidores da cena brasileira e as dificuldades que muitos não enxergam quando se trata de viver da música. A conversa foi direta, sem rodeios, e trouxe reflexões importantes para quem acompanha ou quer fazer parte do movimento.
Logo no início, Long Beatz relembrou os dias de luta, quando batia em portas e não recebia retorno, muitas vezes trabalhando de graça só para mostrar seu talento. Ele ressaltou que o que sustenta a carreira de um artista ou produtor não é o hype do momento, mas sim a consistência e a verdade passada em cada projeto.
“Todo mundo vê o sucesso de hoje, mas não imagina quantos projetos eu perdi, quantas portas se fecharam. A caminhada é dura, mas é ela que te faz real.” – disse Long Beatz durante o podcast.
O papo também abordou o respeito às raízes do rap. Funkero destacou a importância de conhecer a história para não se perder no jogo, e Long concordou, afirmando que muito do que existe hoje só foi possível porque alguém abriu o caminho lá atrás.
“É fácil querer hit, mas sem respeitar quem abriu as portas antes de você, não existe legado.” – completou o produtor.
Sobre os bastidores, Long Beatz contou histórias de estúdio com nomes de peso do rap nacional e falou sobre seu processo criativo. Para ele, a essência do beat não está apenas na técnica ou no software usado, mas no sentimento transmitido para quem ouve.
“Beat bom não é plugin, é energia. Se não passa verdade, não adianta ser tecnicamente perfeito.”
Para a nova geração de artistas, Long deixou alguns conselhos diretos: persistir mesmo quando tudo parece contra, buscar originalidade em vez de copiar tendências, respeitar a cultura que sustenta o rap e levar a música a sério, como um trampo de verdade.
O episódio foi muito elogiado pelo público por trazer um papo reto, inspirador e cheio de ensinamentos reais. A entrevista mostrou que, por trás dos números e da fama, existe uma caminhada feita de suor, paciência e amor pela cultura hip hop.
O programa que levou rap, grafite, skate e atitude das ruas para milhões de lares brasileiros.
13 de agosto de 2025 • Por Rap Growing
Antes das redes: a força de um formato
Inspirado no programa norte-americano lançado em 1988, o Yo! MTV Raps Brasil trouxe para a TV daqui uma curadoria de clipes, entrevistas, matérias e improvisos que apresentavam não só a música, mas o ecossistema do hip hop: DJs, MCs, breaking, grafite e moda. Em uma época pré-streaming, a TV aberta e a MTV eram o atalho para a cultura urbana entrar em casa de milhões.
Impacto imediato: palco e espelho
O programa abriu espaço para artistas que ainda engatinhavam no mainstream. De Racionais MC’s a figuras da cena underground, muita gente se viu — e foi vista — pela primeira vez fora do palco. Ver MCs nacionais dividirem grade com lendas internacionais validou esteticamente a nossa cena e acelerou o processo de profissionalização.
Visibilidade: clipes em alta rotação e entrevistas que humanizavam os artistas.
Educação cultural: pautas sobre técnica de DJ, história do grafite e códigos do breaking.
Estética: moda de rua, gírias e visual que atravessaram a tela e viraram tendência.
Representatividade e linguagem
Para além do entretenimento, a atração levou narrativas negras e periféricas para a TV com protagonismo. A linguagem era direta, a estética era da rua e a pauta trazia contradições — violência policial, racismo, economia da quebrada — sem perder o humor e a criatividade que sempre marcaram o hip hop.
“Era como se a quebrada tivesse conseguido um canal pra falar com o Brasil inteiro.” — depoimento-síntese que atravessa gerações
Legado que segue vivo
Mesmo fora do ar, o efeito multiplicador do Yo! MTV Raps Brasil segue. Muitos artistas que hoje lotam arenas e dominam playlists foram apresentados ao grande público graças à vitrine do programa. A ideia de conteúdo curado — música, bastidores, opinião, estilo — se espalhou por projetos de TV e, depois, pelos canais do YouTube, lives e podcasts.
O que o programa nos ensinou (e ainda vale):
Contexto importa tanto quanto o lançamento.
Curadoria com voz editorial cria comunidade.
Hip hop é cultura: vai muito além da faixa do dia.
Da tela da MTV ao feed: a ponte com 2025
Se ontem a ponte era a MTV, hoje são as redes. Mas a lógica é parecida: quem oferece curadoria + contexto + estética ganha relevância e vira referência. É o que a Rap Growing faz no digital: organizar a conversa, dar palco para vozes novas e lembrar de onde a gente veio.
Contagem regressiva: faltam 2 semanas para o Drop Festival!
O rap e o trap tomam conta da Vila Germânica, em Blumenau, no dia 22 de agosto de 2025. Faltam só duas semanas para o Drop Festival explodir com peso, vibe e talento.
Line-up de responsa
Matuê — um dos nomes mais fortes do trap nacional, lidera a noite com sua presença imponente e repertório potente; :contentReference[oaicite:1]{index=1}
Batalha de breaking — representatividade, técnica e disputa acirrada;
Batalha de rimas — o improviso e a arte da palavra em confronto;
Muito mais rap e funk — a mistura que define a cultura urbana em cena;
Detalhes que importam
Quando? Sexta-feira, 22 de agosto — abertura dos portões às 21h. Onde? Parque Vila Germânica, Setor 3 — Blumenau/SC; :contentReference[oaicite:3]{index=3}
Por que você não pode perder
Em apenas duas semanas, Blumenau vira epicentro do rap nacional. Com Matuê no palco, competições que exaltam habilidade e cultura urbana pulsando, o Drop Festival oferece uma experiência completa: som, dança, comunidade, identidade.
Drop Festival — rap real, energia viva, Blumenau em ebulição.
Por muito tempo, o rap brasileiro e mundial vendeu a imagem de perfeição: artistas sempre no auge, clipes impecáveis, roupas caras, cenários luxuosos e nenhuma falha aparente. Mas, nos últimos anos, um movimento contrário vem ganhando força — e a imperfeição virou tendência.
Do glamour ao real
Se antes a estética era mostrar um estilo de vida inalcançável, hoje cada vez mais MCs estão abrindo espaço para a vulnerabilidade, o improviso e o lado humano da carreira. Essa mudança não é por acaso: o público está mais atento, conectado e deseja verdade acima de qualquer produção cinematográfica.
Filipe Ret e o poder dos bastidores
Um exemplo claro é Filipe Ret, que vem usando vlogs, bastidores e conteúdos mais crus para se aproximar dos fãs. Ele mostra ensaios, erros, conversas informais e até momentos pessoais sem filtro, quebrando a barreira da “intocabilidade” que antes cercava grandes nomes do rap.
Ao expor não apenas os acertos, mas também os tropeços, Ret reforça a autenticidade — algo que, no rap, vale mais que qualquer joia no pescoço.
Outros artistas seguindo a linha
Essa postura não é exclusiva de Ret. Artistas como L7nnon, Orochi, Veigh e até nomes internacionais como J. Cole e Central Cee vêm adotando estratégias semelhantes, mostrando o processo de criação, a vida fora dos palcos e até opiniões polêmicas sem medo da repercussão.
Por que funciona?
Cria conexão real – O fã se identifica ao ver que o artista também erra, ri de si mesmo e enfrenta dificuldades.
Quebra o padrão de perfeição artificial – Em tempos de redes sociais editadas, a sinceridade se destaca.
Fortalece a marca pessoal – A autenticidade se torna um diferencial no mercado saturado.
O futuro do rap é imperfeito
No fim, essa nova estética mostra que o rap continua evoluindo e absorvendo as mudanças culturais. O luxo e a ostentação ainda têm seu espaço, mas agora dividem palco com o que é real, cru e sem filtro.
A imperfeição está na moda — e, pelo jeito, veio para ficar.