Entre 2010 e 2015, o coletivo carioca rompeu barreiras sociais e estéticas, popularizou a cultura canábica e abriu terreno para o trap, deixando um legado incontornável no hip‑hop brasileiro.
Contexto e ascensão
Nascida no Rio de Janeiro em meados de 2006, a Cone Crew Diretoria explodiu nacionalmente no início da década de 2010 com singles como “Chama os Mulekes” e “Rainha da Pista”. O grupo se destacava por rimas aceleradas, flows quase freestyle e uma estética colorida que contrastava com o tom sóbrio predominante no rap brasileiro da época.
Furando bolhas
A Cone Crew furou três bolhas essenciais:
Rap tradicional: introduzindo irreverência e humor em um cenário dominado por denúncia social séria.
Juventude da classe média: atraindo um público que consumia rock, reggae e eletrônica, mas pouco rap nacional.
Mídia mainstream e festivais: provando que rap podia lotar palcos grandes e aparecer em programas de TV sem perder independência.
Inovações estéticas e discursivas
O grupo abraçou temas como cultura canábica, festas e crítica social com tom sarcástico. Seus videoclipes, lançados primeiro no YouTube, viralizavam rapidamente e estabeleceram um padrão de marketing digital que seria seguido por artistas de trap nos anos seguintes.
Shows como catarse coletiva
As apresentações ao vivo misturavam energia de roda punk, fumaça onipresente e interação constante com o público. Era comum ver pogos se formando em frente ao palco, transformando o show em experiência catártica que transcendia o formato convencional de rap.
Legado para a nova geração
Artistas como Costa Gold, Haikaiss, Recayd Mob e Matuê reconheceram a influência da Cone Crew em abrir espaço para sonoridades e discursos mais plurais dentro do hip‑hop brasileiro. Sem a ousadia do grupo, o trap talvez demorasse mais a conquistar público massivo no país.
Conclusão
A Cone Crew Diretoria provou que é possível divertir e protestar ao mesmo tempo, conectando diferentes nichos e expandindo a percepção do rap nacional. Seu legado segue vivo nos sons e nas atitudes da nova escola.
Tags: Cone Crew, Rap Nacional, História do Rap, Trap BR, Cultura Canábica, Rap Growing
Alee e Filipe Ret lançam videoclipe de “TUDO DE NOVO” após o sucesso de “CAOS DLX”
Projeto que chegou ao 2º lugar entre os álbuns mais ouvidos do Brasil na semana de estreia e já tem Disco de Ouro ganha novo impulso com o audiovisual dirigido por Cauã Csik.
Em poucas linhas:
Clipe de “TUDO DE NOVO” sai nesta quinta (14/8), direção de Cauã Csik.
Faixa une Alee (NADAMAL) e Filipe Ret e viralizou em posts de Maísa, Gabigol (Cruzeiro) e Yuri Alberto (Corinthians).
CAOS DLX foi o 2º álbum mais ouvido do Brasil na semana de lançamento, tem Disco de Ouro e ultrapassou 100 milhões de streams.
O encontro que virou hit
A união entre uma das principais promessas da música brasileira e um dos maiores expoentes do rap nacional rendeu mais um capítulo: “TUDO DE NOVO”, composta por Alee e Filipe Ret, ganhou clipe oficial. O audiovisual traz cenas de vivências reais dos artistas e dialoga diretamente com a letra — disposição pra correr atrás dos sonhos, fé no processo e celebração das vitórias pela arte.
“Sou muito agradecido pelo Ret ter acreditado na vibe astral da faixa e por ter somado no som”, diz Alee.
“É um artista que acredito muito e fiquei feliz demais de estar na faixa com ele. Ele é merecedor de cada passo que vem conquistando”, comenta Filipe Ret.
Impacto nas redes e nos palcos
Com mensagem positiva e refrão forte, o áudio de “TUDO DE NOVO” ficou em alta nas redes e virou trilha para publicações de nomes como Maísa, além dos atacantes Gabigol, do Cruzeiro, e Yuri Alberto, do Corinthians. O momento coroa a fase de ascensão de Alee: em 2025 ele se apresentou no Lollapalooza, fez sold out no Circo Voador em julho e agora se prepara para subir ao palco principal do The Town em setembro.
O ciclo do CAOS
CAOS DLX fecha uma trilogia iniciada com DIAS ANTES DO CAOS (fev/2024) e seguida por CAOS (set/2024). O deluxe consolidou o projeto: 2º álbum mais ouvido do Brasil na semana de lançamento, Disco de Ouro e mais de 100 milhões de streams. Em 2025, Alee ainda apareceu duas vezes no Top 50 Viral do Spotify com “Party” e “Pagão” (com Klisman), que também entrou em alta no YouTube.
Ficha técnica (resumo)
Música: “TUDO DE NOVO”
Artistas: Alee & Filipe Ret
Álbum: CAOS DLX (versão deluxe de CAOS)
Direção do clipe: Cauã Csik
Gravadora: NADAMAL
Certificação: Disco de Ouro
Streams do projeto: 100M+
Lançamento do clipe: 14/08/2025
Sonoridades no disco
Alee explora trap, R&B e afrobeat, somando feats de artistas com quem mantém afinidade criativa.
Um mestre da lírica e uma lenda do freestyle dividindo o mesmo microfone: não tinha como o resultado ser menos que marcante. No single “Manequim”, Nog e Dudu celebram a jornada de quem veio da rua rimando, enfrentou batalhas e hoje domina qualquer palco com autenticidade, carisma e, claro, muita técnica.
O encontro de dois estilos marcantes
Nog, conhecido por sua escrita afiada, rimas cheias de sagacidade e um timbre grave que impõe respeito, entrega versos que equilibram reflexão e impacto. Sua forma de contar histórias, sempre conectada à vivência, transforma cada linha em algo que o público sente na pele.
Dudu, por sua vez, carrega no currículo o título de lenda das batalhas de rima. Sua habilidade no freestyle e domínio total de métricas fazem dele um MC imprevisível e versátil. Em “Manequim”, ele une essa espontaneidade ao cuidado da escrita de estúdio, provando que sabe transitar entre improviso e gravação com maestria.
Produção moderna com essência de pista
O beat é assinado por Paiva, que construiu uma base moderna e envolvente, marcada por bateria pulsante e camadas sonoras que convidam o corpo a acompanhar o ritmo. O refrão é daqueles dignos de pista: simples, memorável e viciante — feito para grudar na mente de quem ouve.
Homenagem ao Rei do Pop
O detalhe que surpreende: “Manequim” carrega uma referência direta a Michael Jackson e sua clássica “Billie Jean”. Seja na cadência ou na atmosfera, o tributo é sutil, mas perceptível para os atentos, adicionando um toque nostálgico e sofisticado à faixa.
Do estúdio para as ruas (e vice-versa)
O lançamento reforça como Nog e Dudu, mesmo vindos de trajetórias diferentes, compartilham a mesma essência: a de artistas que entendem o valor da rua, mas também dominam o estúdio e a estética contemporânea do rap. Em “Manequim”, eles não apenas rimam — eles narram, representam e reafirmam seu espaço no jogo.
Hora de ampliar o radar: selecionamos seis nomes gringos que estão entregando som, identidade e fome de jogo. Abaixo você encontra a faixa certa para começar e uma leitura rápida do que cada artista traz de diferente para a mesa.
1) Mr. Bronco — “Prayers Up”
Por que ouvir: Flow confiante sobre um instrumental sombrio e cinematográfico. Mr. Bronco costura barras com imagens fortes, alternando punchlines e relatos de vivência sem perder o pulso do beat.
Leitura rápida: A faixa equilibra agressividade e introspecção: hook direto, versos densos e um timbre rouco que encaixa no grave. Boa escolha para playlists de treino e mood noturno.
Para fãs de: street rap, beats escuros
Ponto forte: presença vocal e escrita segura
2) germanxanny — “pilot”
Por que ouvir: Clima etéreo + drums secos. “pilot” tem aquele DNA alt-rap com melodias quebradas e refrão minimalista que gruda sem apelar.
Leitura rápida: O artista brinca com espaços e texturas: verses quase sussurrados, camadas de voz e um beat que respira. Boa pedida para quem curte estética experimental sem perder a mão do hook.
Para fãs de: alt/emo rap, bedroom aesthetics
Ponto forte: atmosfera e design de som
3) Yung Malo — “Legend”
Por que ouvir: Trap motivacional com energia de arena. “Legend” é construída para levantar plateia: refrão expansivo, adlibs certeiros e bateria que bate na frente.
Leitura rápida: Lírica direta, voltada a superação e foco. A interpretação segura dá o peso que o tema pede — fácil de imaginar em vídeos de highlight e reels de conquista.
Para fãs de: trap de vitória, stadium hooks
Ponto forte: refrão grande e mix polida
4) The Ruelz Rekka — “I Want Mine”
Por que ouvir: Rap de cobrança, linha reta, sem rodeio. Beat com swing de costa leste e linhas percussivas que empurram a narrativa para frente.
Leitura rápida: Versos bem amarrados e delivery firme criam um senso de urgência: é sobre reivindicar espaço e respeito. Produção seca favorece a inteligibilidade das barras.
Para fãs de: boom-trap, east coast grit
Ponto forte: cadência e assertividade
5) LordCassiusJay — “The Plunge”
Por que ouvir: Trap introspectivo com toque cinematográfico. “The Plunge” mergulha em temas de risco e evolução pessoal, com linhas melódicas que conversam com o subgrave.
Leitura rápida: Flow controlado, troca de alturas na voz e um refrão que cresce na segunda metade. Musicalidade acima da média e um senso de direção artística claro.
Para fãs de: Travis-school, storytelling emotivo
Ponto forte: construção de clímax e ambiência
6) M.A.M. — “Boomerang”
Por que ouvir: Groove imediato e hook “chiclete”. “Boomerang” usa metáforas simples e eficientes para falar de ciclos e recaídas, com um bounce que pede replay.
Leitura rápida: Lines espertas, timbres nítidos e um arranjo enxuto que valoriza o refrão. É aquele som certo para playlists de mood leve e sessões de carro.
Para fãs de: melodic trap, daytime vibes
Ponto forte: refrão memorável e bounce
Como ouvimos: priorizamos composição, presença vocal, desenho de som e replay value. Achou um nome que faltou? Manda pra gente que a próxima curadoria pode trazer sua descoberta.
Rap Growing — curadoria, pesquisa e conteúdo sobre rap e cultura urbana.