Com menos de 24h para as alegacões finais, acusações de sequestro e incêndio foram descartadas. Foco agora é em tráfico sexual e organização criminosa.
Por Rap Growing | Atualizado em 24 de junho de 2025
O que mudou?
Na reta final do julgamento de Sean “Diddy” Combs, o Departamento de Justiça dos EUA surpreendeu ao retirar diversas acusações do processo, incluindo sequestro, tentativa de incêndio criminoso e envolvimento indireto com cartel. Segundo os promotores, a decisão visa “manter o foco nos crimes mais fortes e comprovados em juízo”.
Permanecem ativas as acusações de tráfico sexual, extorsão, ameaça armada e participação em organização criminosa (racketeering).
Defesa encerra com estratégia inesperada
A equipe de defesa de Diddy surpreendeu ao encerrar seu lado do julgamento em apenas 23 minutos. Nenhuma testemunha foi chamada. O principal movimento foi a leitura de mensagens de texto trocadas com Cassie Ventura, ex-companheira e uma das principais testemunhas da acusação.
Em um dos momentos mais comentados, Diddy respondeu de forma inusitada a uma pergunta, gerando risos até mesmo do juiz do caso. A estratégia parece ser a de descreditar emocionalmente as testemunhas da promotoria, apostando que o júri não verá coerência nas provas apresentadas.
Impacto na comunidade do hip hop
O caso de Diddy tem sido acompanhado de perto por toda a indústria musical. A retirada de parte das acusações levanta questionamentos sobre a consistência das provas e a condução da investigação, mas não elimina o peso das denúncias.
Figuras como Kid Cudi e Cassie Ventura participaram direta ou indiretamente do processo. Cudi afirmou em depoimento que sofreu ameaças após se afastar de colaborações com Diddy. Cassie, ex-parceira do artista, é considerada uma das vítimas-chave.
Próximos passos
As alegações finais estão marcadas para esta semana, com a expectativa de que o júri comece as deliberações ainda antes do fim de junho. A defesa aposta numa virada simbólica e jurídica. A promotoria, por sua vez, quer concentrar fogo nos crimes mais impactantes.
Caso seja condenado, Diddy pode enfrentar décadas de prisão federal. Se for absolvido, deve sofrer ainda com as repercussões sociais e comerciais.
OCongresso brasileiro está caçando um monstro. Ele usa ternos caros e microfones. Aponta o dedo para artistas como MC Poze do Rodo, Oruam, Salvador da Rima, etc. Chamam de combate à “apologia ao crime“, mas isso esconde pura hipocrisia. Eles não estão caçando um monstro. Eles estão tentando matar o próprio reflexo no espelho.
Eles criaram o monstro. Agora, têm medo dele.
A Fábrica de Esquecimento 🌱
Imagine um lugar. Um lugar sem escolas decentes. Sem postos de saúde. Sem oportunidade. Um lugar que o Estado esqueceu. Esse lugar é a favela. O Estado não oferece nada. Apenas abandono.
Desse abandono, nasce uma cultura. Uma cultura forte, crua, real. Nasce o funk. Nasce o trap. Nasce a arte que traduz a dor e a alegria de quem sobrevive. O eu lírico não é o artista. É um espelho. É a voz de milhões que o poder cala.
A música fala de violência. Porque o Estado é omisso. Fala de dinheiro. Porque o dinheiro é a única saída que muitos enxergam. Fala de festa. Porque a festa é a explosão de vida em meio à morte. Isso não é apologia. É apenas o retrato. É um documento sociológico com batida forte.
A Hipocrisia Seletiva 🪞
Os deputados dizem que o funk é um veneno. Eles se preocupam com as “crianças“. Mas só pra desviar sua atenção deles mesmos.
Novelas da Globo mostram ricos traindo, roubando, matando. Ninguém chama isso de apologia. Músicas sertanejas falam em beber até cair, em trair, em apontar a arma. Isso é “cultura”. É “tradição”.
O problema não é o conteúdo. O problema é a origem.
A arte da favela incomoda. Porque ela vem de baixo. É feita por pretos, pardos, pobres, marginalizados. Ela tem um poder que o dinheiro do deputado não compra. Ela fala a verdade. E a verdade, para quem vive de mentira, é uma ameaça.
Criando o Inimigo Perfeito 🎯
Essa é uma tática antiga. Uma tática fascista. Para controlar um povo, crie um inimigo em comum. O inimigo não é mais o político corrupto. Não é mais a falta de hospital. O inimigo é o MC da favela. O perigo é a letra da música.
Eles apontam o dedo para o Oruam. Para que você não olhe para o vazio que eles deixaram na sua educação. Eles gritam contra MC Poze do Rodo. Para que você não sinta a fome que eles deixaram no chão que você nasceu. Eles criam a “CPI do Pancadão“. Um espetáculo de ignorância para ofuscar a própria incompetência.
O cérebro reptiliano entende isso. É a lógica da matilha. O líder alpha (o deputado) escolhe a presa (o artista) para unir o bando (a sociedade) contra um “mal“. É uma distração. Um truque barato.
A Voz que Assustou o Sistema 🎤
O depoimento de MC Salvador da Rima foi um terremoto. Eles esperavam um bandido. Encontraram um professor. Ele deu uma aula de sociologia. Ele falou com clareza. Ele expôs a farsa.
Aquela voz assustou mais do que qualquer letra. Um artista consciente da favela é uma arma. Uma arma que dispara verdade. Ele mostrou que o monstro não é quem eles dizem. O monstro tem um rosto. Tem uma história. Tem inteligência.
Eles não querem prender a apologia. Eles querem prender a consciência. Querem silenciar a voz que denuncia o abandono. Querem calar o produto da própria omissão.
O Grito que Não Pode Ser Calado 🌟
Essa guerra não é sobre a moral e os bons costumes. É sobre poder. É o medo da elite perdendo o controle da narrativa. É o pavor de ver a cultura da favela, antes escondida, dominando o país. Ela domina os rádios, os celulares, as festas.
Eles podem criar uma “Lei Anti-Oruam“. Podem prender um artista aqui ou ali. Mas não podem prender a realidade. Não podem prender a fúria, a dor e a alegria que dão origem a essa arte.
Eles atacam o monstro que eles mesmos criaram com anos de esquecimento. Mas o monstro agora tem uma voz. E essa voz está gritando. E cada vez mais gente está ouvindo. E cada vez mais gente incomodada.
Perguntas que ficam:
Por que a apologia ao crime só é crime quando a voz vem da periferia?;
O que assusta mais no funk: a letra da música ou o reflexo do abandono do Estado?;
A perseguição ao funk é uma guerra cultural ou a velha criminalização da pobreza?;
Qual o perigo real de uma cultura que o dinheiro não pode comprar e a elite não pode controlar?;
Por que silenciar o eu lírico é mais fácil do que ouvir a denúncia da realidade?;
Estamos combatendo a violência ou apenas tentando calar sua trilha sonora?;
Precisamos de um monstro para não enxergar os verdadeiros culpados?;
Quem tem medo de contar a história do Brasil?;
Quando o problema é o artista e quando a solução é o Estado?;
O que a guerra contra a cultura da favela revela sobre o poder no Brasil?
Comparar Sertanejo ao Funk é uma FALSA EQUIVALÊNCIA. Não tem nenhuma música Sertaneja falando em assaltar banco ou de fumar M4C0NH4, o que é muito comum no FUNK.
Comparar temas não faz o outro gênero “melhor”. Funk retrata realidades sociais que o sertanejo nem toca. Criminalizar o que vem da periferia e romantizar o que vem do interior é que é a verdadeira falsa equivalência. Sertanejo só vive falando em beber até cair, em sofrer sofrer sofrer, e mexe com a vibração das pessoas abaixando-as e deixando pessoas fragilizadas emocionalmente. Tudo estudado psicologicamente. Sem contar que falar que o funk lava dinheiro do crime é normal mas falar que o sertanejo lava dinheiro do agro é errado? Calma com sua hipocrisia. Álcool é a pior droga que existe. Se é rico branco usando cocaína: “tadinho ele tem problema com os pais”, mas se é preto favelado, ja sabe né. Abra seus olhos para de hipocrisia. Ainda se entitula MC?
Influenciador Buzeira é preso em operação da PF por esquema de lavagem de dinheiro
Por Rap Growing • São Paulo • 14 de outubro de 2025
Bruno Alexssander Souza Silva, mais conhecido como Buzeira, foi preso nesta terça-feira (14) durante a Operação Narco Bet, conduzida pela Polícia Federal. A ação mira um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico internacional de drogas, envolvendo apostas eletrônicas (bets), criptomoedas e empresas de fachada.
Detalhes da operação e mandados cumpridos
Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de prisão e 19 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina.
A PF ainda conta com apoio da Polícia Criminal Federal da Alemanha (BKA), que participa da execução de prisões cautelares no exterior.
O valor estimado dos bens bloqueados ultrapassa R$ 630 milhões, entre bens imóveis, valores em contas e bens de luxo – como carros importados.
Quem é Buzeira e seu estilo de vida ostentação
Buzeira acumula mais de *15 milhões de seguidores nas redes sociais e é conhecido por ostentar carros de luxo, joias e um estilo de vida chamativo.
Nas redes, ele promove rifas, sorteios, divulgação de apostas (bets), criptomoedas e produtos variados, com alto alcance entre o público jovem.
Seu nome já havia sido mencionado em investigações anteriores, como no inquérito do caso “VaideBet”, que investigou supostos repasses eleitorais e vínculos com esquemas de apostas.
Acusações contra Buzeira
Ele é investigado por crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com indícios de tráfico internacional de drogas como origem de parte dos recursos.
As investigações indicam que o esquema usava criptomoedas e contas em diferentes países para “camuflar” a movimentação de recursos ilícitos.
Também há suspeitas de que os valores tenham sido usados em empresas de fachada no setor de apostas online (bets) para mascarar origem e destino das quantias.
Repercussão e reação pública
A prisão de Buzeira viralizou imediatamente nas redes sociais. Alguns internautas apontaram como “caiu o rei da ostentação”, outros alertaram para decisões precipitadas da Polícia. Há também debates sobre a influência dos influenciadores sob investigação.
Especialistas jurídicos consultados por veículos de imprensa alertam que uma prisão ainda não significa culpa — será necessário o curso legal de investigação, defesa e eventual julgamento.
O espaço para defensores e o direito ao contraditório são considerados fundamentais, especialmente pela alta visibilidade do caso.
Implicações no universo digital e das redes sociais
Se confirmada a participação no esquema, pode haver impacto direto sobre marketing de influenciadores, parcerias e credibilidade no ambiente digital. Marcas tendem a se afastar de perfis com investigação séria.
Além disso, esse tipo de caso reabre o debate sobre a publicidade de jogos de aposta e plataformas ilegais (bets), que já estavam sob escrutínio regulatório no Brasil.
Por Rap Growing • Fortaleza • 11 de outubro de 2025
O rapper cearense Don L anunciou sua adesão ao movimento internacional No Music for Genocide, que reúne mais de 400 artistas em boicote a Israel. Com isso, ele se torna o primeiro brasileiro a integrar a lista. A iniciativa, que conta com nomes como Massive Attack, Arca e Carole King, é um ato de solidariedade ao povo palestino e de repúdio ao genocídio em curso na Faixa de Gaza.
Um gesto político e simbólico
O movimento No Music for Genocide busca promover sanções culturais contra Israel em protesto às políticas de apartheid e à violência sistemática contra civis palestinos. A ação tem ganhado força no cenário artístico internacional como uma forma de mobilização global em defesa dos direitos humanos.
“É um gesto simbólico, mas necessário.”— Don L
Em declaração pública, o artista afirmou que sua decisão é guiada por uma sensibilidade humanista radical e pela recusa em compactuar com as ações de extermínio do povo palestino. O posicionamento reforça a coerência política de Don L, que há anos aborda desigualdade, opressão e consciência social em suas letras.
O impacto do movimento e o papel da arte
A adesão de Don L ocorre em meio à pressão internacional crescente por sanções políticas e culturais contra Israel, além da mudança de postura de diversos países que passaram a reconhecer oficialmente o Estado da Palestina.
O movimento cultural No Music for Genocide se firma como uma das principais expressões de resistência global, ampliando o debate sobre o papel da arte e da cultura como ferramentas de denúncia e transformação social.
Ao se unir à causa, Don L leva o rap brasileiro para o centro de uma mobilização mundial que questiona o silêncio e desafia a normalização da barbárie em Gaza. Um gesto de quem entende que, quando a arte cala, a opressão vence.
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